domingo, 27 de dezembro de 2009

filme

ele tinha olhos penetrantes, expressivos, assim como eram os dela, mas com uma expressividade proveniente da intensidade na qual olhava, e não necessariamente dos olhos que possuía. era muito mais fácil saber o que sentia através da maneira com que olhava, do que através das palavras que usava. e tinha um sorriso hipnotizante, de um carisma quase sedutor. uma cor pálida de quem vive recluso recobria-lhe o corpo, um corpo leve, com ar de fragilidade, quase delicado. ela adorava observar. cada movimento seu era como uma tentativa frustrada de mostrar algum tipo agressividade. não adiantava. eram sempre movimentos desajeitados, de quem se atrapalha com o próprio corpo. talvez seus sentimentos provoquem um nervosismo indesejado que intensifique esse tipo de movimento, ela pensou. e pelo que ocorreu depois, ela não pensou errado.

daí então, tudo ocorreu rápido. como um filme.

e ela acordou.

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