quarta-feira, 23 de junho de 2010

pode ser numa canção...

...pode ser no coração. eu só quero ter você por perto.
(por perto - pato fu)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

segunda-feira, 14 de junho de 2010

LvB


Eu toquei. E era como se ele tivesse se aproveitado do meu corpo pra reviver o que há muito não sentia: a música em suas mãos. Num instante, todo dedo, todo toque que antes pertencia a mim passou a ser instrumento dele. E foi então que eu entendi o que ele dizia com aquele código de linhas e desenhos, de pentagramas, claves e colcheias.
As mãos conversavam. No começo falavam com as mesmas palavras com a mesma intensidade e ao mesmo tempo. Era um uníssono de intenções. Ao mesmo tempo em que uma perguntava, a outra respondia. Não havia espera, não havia pausa entre elas, pois eram tão unidas, tão semelhantes que uma já sabia exatamente o que a outra iria perguntar. Eram vozes espelhadas. Soava um romance.
De repente, uma começou a falar primeiro que a outra. E diferente. As palavras ainda eram as mesmas, só que o tratamento mudou. Stacatto e Legato. Em tempos alternados. Quem via de fora realmente acreditava que estavam se desentendendo, se repelindo. Que o fato de uma falar firme e secamente enquanto a outra, atrasada, falava suave e delicadamente era a prova de que ali havia uma discussão. Soava uma briga.
Mas não. Não havia discussão alguma. Era apenas uma mudança de ponto de vista que, para sua completa compreensão, exigia um ouvido um pouco mais atento. Menos acostumado, mais flexível. Foi então que me dei conta de que era essa a intenção dele: mostrar que, aquilo que parece errado para quem ouve, na verdade é o certo para quem escuta.
Naquele dia, ao senti-lo em meu corpo, em minha alma, tive certeza de que escutei o mesmo que ele. Beethoven me usou pra voltar à música através de meus dedos. E eu o usei para voltar à música através de seu ouvido.



segunda-feira, 7 de junho de 2010

Him

would you please take me away from this place? i cannot bear to see the look upon your faces. and if there is some kind of god, do you think He's pleased? when he looks down on us I wonder what He sees. do you think He'd think the things we do are a waste of time? maybe He'd think we are getting on just fine. do you think He's skint or financially secure? and come election time I wonder who He'd vote for...

ever since He can remember people have died in His good name...long before that September, long before hijacking planes...he's lost the will, He can't decide, he doesn't know who's right or wrong, but there's one thing that He's sure of: this has been going on too long.

(Him - Lily Allen)

tradução

domingo, 6 de junho de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

diferente

eu não sei lidar com isso. as vezes deixo o medo levar todo o meu ser e me permito sentir insegurança. eu choro, mas por dentro. olhar, tocar, sentir bem perto de mim aquilo que jamais vai me pertencer, que jamais vai fazer parte desse mundo que eu criei, é como saborear um masoquismo: dói, mas é muito bom.
eu ja pensei na possibilidade de estar me enganando totalmente. na verdade, era nisso que eu preferia acreditar, que eu sinceramente me forçaria a acreditar só pra evitar toda essa turbulência interna. mas não, eu sempre tenho que ser sincera comigo mesma e honesta com meus sentimentos, até mesmo quando a existência deles me maltrata. mas se sempre foi assim, por que mudaria agora?
droga. eu só queria que fosse recíproco.
que fosse diferente, bonito e único, assim como é pra mim.


é só.